09 agosto 2017

Amaciamento e eliminação do ar são suficientes para prevenir a corrosão nas instalações térmicas?

Nas instalações de climatização, a corrosão é certamente um dos problemas mais comuns, mas menos conhecidos.

Seguramente, a qualidade da água que é utilizada no enchimento destas instalações assume um aspeto fundamental para prevenir este grave problema, de tal forma que o tema foi abordado nas especificações da norma UNI 8065.

A partir desta norma deduz-se, de facto, que o fenómeno da corrosão apresenta-se sob diversas formas e pode derivar de múltiplos fatores.

Este inconveniente provém principalmente dos materiais utilizados na realização da instalação, da geometria do sistema e das características químicas da água que circula no seu interior.

Erradamente poder-se-ia pensar que água destinada ao consumo humano, como a potável que é fornecida pela rede de distribuição pública, não seja nociva, mas na realidade o seu contacto com ligas metálicas, cobre e outros materiais presentes pode desencadear processos químicos que comprometem a integridade dos próprios materiais.

A mesma normativa prevê que, por cada segmento de instalação, se verifique primeiramente um tratamento com aditivos inibidores de corrosão, normalmente à base de molibdénio, capaz de criar uma camada protetora em toda a superfície que contacta com a água.

Este tratamento já deverá ser eficaz em proteger a instalação contra fenómenos corrosivos, se doseado corretamente.

Todavia, a presença de ar no sistema pode gerar um fenómeno que parecerá corrosão, mas na realidade é totalmente diferente, não sendo controlável com uma simples barreira de proteção: a cavitação.

De facto, a cavitação é um processo físico pelo qual, na presença de um aumento de temperatura, são geradas microbolhas de vapor que, no seguimento de variações de velocidade resultantes da passagem através das válvulas, ou no interior dos circuladores, explodem, danificando o componente com o qual estão em contacto.

A purga de ar do circuito fechado assume, assim, um papel fundamental na salvaguarda da saúde da instalação de climatização.

Na norma acima citada também se faz referência à utilização de sistemas de amaciamento (obrigatórios acima dos 100 kW de potência da instalação e água de enchimento com dureza superior a 15°F) como instrumento de proteção da instalação.

Na realidade, o amaciamento não é um tratamento destinado a prevenir a corrosão, mas um sistema para evitar o surgimento de depósitos de calcário, especialmente nos permutadores de calor, que podem comprometer a eficácia do sistema.

Todavia, em determinadas condições, este processo químico pode modificar o pH da água tratada, tornando-a agressiva para os materiais utilizados no circuito fechado, por isso é importante verificar as características do fluido após o seu tratamento e utilizar, em todo o caso, aditivos de proteção como os inibidores de corrosão referidos anteriormente.

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